MEMÓRIAS!
No ano
de 1961, o CTG Tropeiros da Amizade mudou-se de sua sede social à Rua Júlio de
Castilhos, onde hoje é a AFUBRA, para o bairro Arroio Grande, no antigo salão
Tavares. Com esta mudança, houve um revigoramento na entidade associando
inúmeras pessoas da comunidade, nesta verdadeira novidade que era a tradição
gaúcha.
Neste
mesmo ano, aconteceu a eleição para nova patronagem do CTG, sendo eleito
patrão, Deodomiro Paludo. Era patrão nesta época, Euclides Pereira Soares e de
acordo com a minha memória de guri, houve uma desavença entre os dois e o
Paludo, juntamente com toda a turma do Arroio Grande e, não eram poucos, saíram
do CTG, com raras exceções, fundando uma nova entidade: o CTG Lanceiros de
Santa Cruz.
Lembro
que além do Deodomiro, saíram também, Ercides Saraiva de Figueiredo, João
Figueiredo, João Norberto Lacerda, Marciliano José Rodrigues, Ernestor Cardoso,
Adail Gonzaga Fernandes, Flávio Pereira dos Santos e João de Almeida, entre
outros.
A estes
se somaram, Arthur Bugs de Andrade, Horácio João de Bairros, Armínio Guterres
de Alexandrino, Galdino de Andrade, Mena Barreto, Paulo João Landskron, Olívio
de Oliveira Machado, Jovelino Vedoy, Alexandre Elias, Gomercindo Luiz da Rosa,
Ari Marques, Ivo Alves Teixeira, Adão Araújo e Agripino de Almeida Simas que,
juntamente com João Norberto Lacerda, assinaram a Ata de fundação, sendo
considerados, portanto como sócios fundadores desta entidade.
Cabe
aqui uma consideração da maior relevância para resgatar a história real dos
fundadores. Não tirando o mérito daqueles que estão inscritos, inclusive nos
Estatutos do CTG como fundadores, sabe-se graças ao testemunho nosso e em
especial do amigo Lacerda que, os que assinaram a Ata de Fundação, deram certa
quantia em dinheiro e aqueles que não tinham esta verba, não constaram como
fundadores.
Com
isso, quero fazer justiça a todos quantos realmente foram os pioneiros dos
Lanceiros, esperando com isto que, no futuro esta relação seja ampliada com
aqueles nomes que citamos acima, desfazendo esta injustiça.
O
primeiro patrão dos Lanceiros foi Deodomiro Paludo. Entrou no tradicionalismo nesta
época, o senhor Arhur Bugs de Andrade e sua família, que por sinal, foram
presenças marcantes no nativismo local. A sua primeira sede foi na Rua Julio de
Castilhos, a mesma já ocupada pelos Tropeiros.
Pouco
tempo depois, na rótula da Avenida Independência, no salão do seu Albino e ali
os Lanceiros deu os seus primeiros passos, mudando-se após para o salão
Barreto, perto do Avenida.
A sua sede própria à Rua Farroupilha, foi um
sonho que se realizou depois de muita luta. Uma curiosidade foi a verdadeira
cisão familiar com a fundação dos Lanceiros, ou seja, membros de uma mesma
família separaram-se como, por exemplo: o Cliff, a Teresinha e eu, continuamos
nos Tropeiros, já o mano Flávio foi para os Lanceiros sendo o seu primeiro
posteiro da invernada artística.
Na
família de João Almeida, as prendas Marlene e Teresa foram para os Lanceiros
juntamente com os pais João e Eva, enquanto o Osmar Lima de Almeida ficou no
pioneiro. A primeira prenda dos tropeiros da época Ilone Figueiredo, filha do
seu João Figueiredo, ficou nos tropeiros e o seu mano Jorceí foi para os
Lanceiros.
Foi
nesta mesma época, que começou o programa “Roda de Chimarrão”, animado nos
primeiros tempos, pelo Ercides Figueiredo e Ernestor Cardoso, que era levado ao
ar pelo rádio Santa Cruz, com auditório todos os domingos à noite e durou mais
de quatro décadas.
Portanto,
mais um pouquinho de história do tradicionalismo de nossa terra!
ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.
(Email, toninhosantospereira@hotmail.com;
twitter, toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).
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