quinta-feira, 23 de junho de 2016

UM MATE?

                Mais um dedo de prosa, na estrada poeirenta da vida, na invernada grande da existência, quando mais um João ninguém finda a jornada terrena.
                O que ele fazia aqui? Qual sua missão? reflito! Cumpriu-a ou só levou a vida, como diz o povoeiro!  Mateava na espera do tempo chegar. As ilusões já tinham acabado, todas.
                Solito olhava o horizonte, sentindo a vida acabar-se como por entre os dedos. Será que tudo se resumia nisso?
                E as tropeadas... ficaram lá atrás igual a tropa que tantas vezes levou às charqueadas, repontando o canto triste do sinuelo.
Como o gado, pressente também o matadouro, sente a alma aturdida na intemperança do desassossego que lhe é impingido, na agonia da hora derradeira.
O que sobrou afinal? O rancho deserto, desesperanças, o mate solito na contramão do sonho fugidio da criança, esperança de uma vida plena na consciência imortalizada, da essência extraterrena.
Restou a chama imorredoura como tranqueira instransponível da vida fútil e sem sentido, para a real consistência da tropilha implacável que, no potreiro da audição do clarim campeiro, reunirá a manada no bojo do Patrão Celeste, que a todos abriga no seu poncho aconchegante.
Tomo mais um mate ajujado de maçanilha e sinto que o João é alguém sim, na sintomática lei maior regente de tudo e todos.
Proseia comigo parceiro! A jornada segue indefinida aparentemente, mas nada é um acidente. A aurora logo desabrochará e a vanguarda luminosa brilhará como estrelas no firmamento e a despacito, com a mala de garupa nos ombros, tomo tenência  dos planos do Arquiteto Soberano!
Mais um mate?

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS- Professor e tradicionalista.
(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com; Twitter, toninhopds).

                 

quinta-feira, 16 de junho de 2016

                                                                  SUBLIME

                Eu me olhava e o meu rosto refletia o teu sorriso, na minha milonga que faço pra ti na noite trigueira, num soluço entrecortado de lágrimas que saltam dos olhos num marejar infindo.
                Ainda sentindo o tua vida em minhas mãos e nos bordões do meu violão te vejo a sonhar sonhos impossíveis, na ânsia de voltar comigo na vivência de antanho, que os anos não trazem mais.
                Oh milonga, teus acordes me acordam na soledade do gosto amargo da distância que parece incomensurável. Nem o mate aplaca tal agrura que se engarupa no pingo e percorre caminhos sem fim.
                Toca milonga, quero senti-la a percorrer cada seiva do meu ser, na insânia das contradições que por hora evolvem, no subúrbio catalisador da epiderme que arrepia na intercorrência da tua melodia.
                E no floreio do teu dedilhar, vejo novamente os olhos negros como breu da noite. Minhas mãos tateiam teu semblante... a milonga te trouxe nos meus versos!
                De regalo, te entrego minha alma na incondicionalidade do amor sublimado do querer bem, na antologia dos poetas que cantam seus amores na sacralidade de seus sentimentos.
                Amore del alma, amor da alma que sobrepuja tempos e ventos e vai além do horizonte de estreitas visões, limitadas por sombrias urzes que um dia se dissiparão, assim como o sol que renasce a cada dia.
                É o amor eterno que fica e vivifica.

      ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS-Professor e tradicionalista.

                                 (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blospot.com). 

quinta-feira, 9 de junho de 2016

                                                            QUEM SOU II

Quero mudar o mundo, mudando o outro? Ledo engano. Quando enxergar o outro em mim, que ele tem os mesmos temores, angústias, sentimentos, enfim... Colocar-me em seu lugar, a me julgar... Só assim poderei senti-lo e verei das dificuldades desse conceito.
O homem velho dever ser refeito e um novo começo empreendido. Só assim verei o mundo com a visão de outrem.
Ah! Como ele está me vendo? Orgulhoso, dono da verdade no alto dos seus conceitos programados, indecifráveis até para ele às vezes!
Reluto, será que sou assim? Mas sou que eu que estou lá! É o meu próprio espelho, é minha alma que sobrepuja a temporalidade e se mostra nua e crua num assombro de sinceridade nunca vista.
Consigo visitar meu ego numa selfie e sinto nos olhos que me olham um superego de emoções dúbias na interioridade que desabrocha numa visão incomum e rara até então. Incólume e latente vida do inconsciente.
Este sou eu de verdade, como o outro me vê. Então como posso julgar este outro? Agora em plena consciência do que sou, vejo o outro na agonia de tiranizantes ideias.
Sou alguém, sou outro que queria mudar o universo. Então concluo se eu mudar, o outro também mudará.
Esta é a chave, é a solução!
                Portanto, reforma já! Não posso ser aquilo que me vi no outro! Não, não.

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com; twitter, toninhopds).

sexta-feira, 3 de junho de 2016

QUEM SOU?

O taita indissoluto de eras remotas, que impoluto lutava em defesa daquilo que acreditava o certo, nos interpenetráveis espaços e numa orgia de estridentes ovações, num esgar de tenebrosas angustias de vidas curtas e secas!
Com o passar dos tempos, me torno mais maleável, embora ainda o atavismo recrudescente paire num teimar entre o ontem e o agora, sepultando antigos costumes que a consciência aplainou. E é esta consciência que hoje subsiste incólume em seu valor maior.
No entanto, a dicotomia do hoje e de antanho, firma-se na diversidade dos seres nas suas individualidades intrínsecas, jogando no mundo real o ser completo, uno indivisível. Quem sou? Com certeza, não sou metade.
Talvez seja o fantasma das taperas, talvez o próprio cosmos diminuto, talvez um pedaço de terra, porque possuo todos os elementos que a compõem. Sou o céu, o ar, o som. Sou mar, sou natureza na imunidade elementar de seus átomos!
Quem sou? Sou a criatura da Divindade. No meu íntimo, Sua Essência, a própria cópia. Sou como o filho pródigo, que um dia volta ao recôndito amoroso do Pai!
Sou a saudade que permanece no amor infindável dos entes amados, afáveis e queridos, na transmutação do ódio ao amor, luz incondicional da permanente gloria.
Quem sou afinal? Um ser humano criado há milênios, imortal e de natureza essencialmente boa, que nasceu em épocas imemoriais e que renasce a cada geração, em consonância com o aprendizado perene!
Quem sou!

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS- Professor e tradicionalista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 26 de maio de 2016

A SAUDADE E A TRISTEZA!

                A saudade e a tristeza têm suas diferenças que podem parecer mínimas, mas que fazem grande diferença. Saudades alem do amor que fica também significa lembrar o passado, e a tristeza complementa com o sofrimento.
    No dizer do poeta Cachoeirense, Aurélio Porto, “gaúcho é o homem do cantar triste”, nos trazendo o passado de nossos avoengos, onde tudo virou tapera pelas incongruências dos tempos que mudam constantemente, destampando novos comportamentos, com lembranças fugidias, de almas perdidas num aceno de desespero.
                O sol calmamente se pondo, vai anunciando a noite negra e funesta parecendo não ter fim.
                Haverá um novo amanhecer, sem o gosto amargo da tristeza a corroer como ferrugem o ferro exposto ao tempo maleva?
    E nossos pensamentos na insânia da erva daninha, infestando sentimentos no condomínio do Ser, que sem saída aparente, se entrega à inconsciência de barbarescas imagens, num lodaçal envolvendo célula a célula, em inebriantes ilusões, que só vê a solução trágica do apagar-se, sumir, como se isso fosse possível!
Quantas existências são tragadas por esse mal que aflige a humanidade!
     A saudade e a tristeza, virando depressão numa constante evolução do materialismo vigente nas relações interpessoais, sem o crivo da ética e do bom senso e da sensibilidade do imo superior.
     Na solicitude dos bons princípios, ouvindo a voz interior que aponta ao cimo das virtudes, inerentes ao ser humano que pertence ao cosmos, antes de pertencer a si mesmo, será o clarim no despertar de uma nova era.
      Aí veremos a importância de todos nós na criação Divina, na perfeição do Universo inescrutável, mas real e ao alcance da sensibilidade do ponderável ao imponderável.
      O chamado será finalmente escutado e interpretado em sua mais lídima acepção! Tudo prossegue na grande corrente que leva ao ponto final, à graça da Essência donde todos nós renascemos.
     A saudade e a tristeza, um dia, não terão mais abrigo em nossos corações.
Pensemos nisso!


ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS –Professor e tradicionalista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com; twitter, toninhopds).

sábado, 21 de maio de 2016

OS TEMPOS SÃO OUTROS! Mas...


Analisando a vida do grande líder deste século, Nelson Mandela, rememoramos tempos antanhos, em que me vejo empunhando espadas e garruchas, defendendo a cor do lenço e os ideais de algum coronel.

Como Mandela, também empunhei armas em busca da liberdade, contra preconceitos de todos os naipes. Ainda em tempos mais recentes, sonho nos versos de Glaucus Saraiva: “Cuia morena queimada, confeccionada a lo bruto, rude cálice matuto de amarguentas comunhões”. Dizia ele que o mate unia após a conflagração.

Sonhei no tempo e me vejo nos versos do grande poeta de todas as idades, o saudoso Dimas Costa em alguns de seus poemas como: Fanfarronada, Os Olhos do Negrinho e Triste Arremate:
                   
                                   “Cansado de Lutas férreas, em defesa da querência,
                                    curtindo dores na ausência, do rancho que foi deixado,
                                    o gaúcho heroico voltava rumbiando para o ranchito,
                                    e via em cada pastito um recuerdo do passado”,
 Bem como das guerras xucras da época.

 Agora mesmo! Vi-me nos versos do grande Jaime Caetano Braun, no seu Cemitério de Campanha, onde diz: “Que todos se igualam pela insignificância”.

Voltando ainda a Mandela, depois de 27 anos na prisão, reflete na luta armada de outrora e conclui, que a luta agora era outra. Sem vinganças, ele retorna triunfante na glória da paz, e faz de seu País um só, na fraternidade de todas as etnias.

Fechando os olhos me encontro nos versos do poeta contemporâneo Carlos Moacir Pinto Rodrigues: “Que homens são esses, que só fazem o mal” e me redimo a esmo quando escuto, que tudo que não presta morre por si mesmo.
              
Levo este assunto para o grande MTG, que se expande mundo afora e me vejo no início de tudo, quando a figura impar de Paixão Cortes, ainda conosco, grande líder deste movimento, Barbosa Lessa, figura impoluta que se preocupava com a dissolução da sociedade na sua espetacular tese: “O Sentido e o Valor do Tradicionalismo”.

E me vejo ainda no Manual do Tradicionalista, do Velho Glaucus, (muito pouco lido) que diz do ego dos líderes, das vontades pessoais e fico a pensar que as armas que usamos naqueles tempos, hoje deveriam ser substituídas pelas armas da razão e do bom senso. Se antes precisávamos romper barreiras, a ponta de lança e a pata de cavalo, agora sem fanfarronices, usarmos as armas da inteligência, no campo das ideias.


Que líderes são esses que só querem o bem pessoal? Que não pensam no coletivo, no bem comum! Que homens são esses que não prezam a lealdade, que não abrem espaço para quem está atrás, a palavra empenhada, a amizade, que fazem política subterrânea, para atingir seus objetivos a qualquer preço.

Que homens são esses que esquecem valores e virtudes, tradições e costumes em prol da modernidade descabida e amoral, em que os mais velhos são ultrapassados e desrespeitados por contrariarem suas ideias.

Mas me vejo ainda nas estrofes do amigo Carlos Moacir:

“Que homens são esses que trazem nas mãos, o freio, o cabresto, a rédea e o buçal e que tem o dever de fazer o bem, mas só fazem o mal?” “Por isso eu quero” ser gente igual aos avós, eu quero ser gente, igual aos meus pais, eu quero ser homem, sem mágoas no peito, eu quero respeito e direitos iguais, eu quero este pampa semeando bondade, eu quero sonhar com homens irmãos, eu quero meu filho sem ódio nem guerra, eu quero esta terra ao alcance das mãos”!

 Sonhando me vejo nos versos do imortal, Aparício Silva Rillo:

                                    Queria que, de repente, tudo fosse diferente,
                                    Da vida que tenho aqui, da cidade ir-me embora,
                                    Viver a vida de outrora, dos meus tempos de guri...

 E aí vem a saudade e lembro então, do grande Luiz Menezes na voz do eterno, Darci Fagundes: “Saudade, ora Saudade, a saudade não tem tempo de chorar, Pedro Ninguém”.

E quando ainda vejo, saindo do umbral do passado, o fantasma ainda a caráter, do velho Bento Altaneiro, nos versos de Odilon Ramos, me vê ainda consternado:

                                        “A tradição minha gente é uma herança, um legado,
que o gaúcho do passado deu em confiança aos de 
                                        agora, quem este fato ignora mesmo um gênio ou
                                   um artista, não é tradicionalista e deve assistir de fora”.


ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.
 (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twiter, toninhopds;
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sexta-feira, 20 de maio de 2016



                                                       ÁGUA, FLUÍDO DA VIDA

“E qualquer um que tiver dado só que seja um copo d`água frio, por ser meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá seu galardão.” Jesus (Mateus, 10:42)
A água é fluido de vida, que jorra como oferenda da Natureza Sublime de Deus.
Servindo em todas as frentes da nossa vivência, desde o organismo humano à lágrima, espelho dos sentidos, à fonte que sacia nossa sede, ao mar que alimenta o estômago, se faz presente em toda higienização física e espiritual.
Este fluido generoso, por si só, em sua natureza molecular, já é um fluido que no ponto de vista da física não é suscetível de ser magnetizável por ímã.
Este fluido não é só algo transparente que se bebe, mas é uma fonte que pode jorrar muitos eflúvios de amor terapêutico.
A água pode adquirir, através da vontade e da envolvência ambiental, propriedades que se fazem benéficas consoante a irradiação magnética e espiritual que lhe é induzida.
Drº Roullier diz: “- Que entre os acessórios dos tratamentos magnéticos, a água magnetizada está entre os mais preciosos e que os empregou com maior vantagem.”
Deleuze diz: “- Os magnetizadores não fazem muito uso da água magnetizada, entretanto ela lhes pouparia muitas fadigas, dispensariam os doentes de vários remédios e acelerariam a cura dos doentes, se lhe dessem mais valor dos corpos.”
Segundo o magnetismo, todos os corpos são condensadores de movimento, efeito provocado pela magnetização dos corpos. A sonoridade ambiental doa e permite a magnetização dos corpos.
Os corpos magnetizados ajudam extraordinariamente nos tratamentos, efeitos estes de magnetização direta. Ótimos intermediários. Pode-se magnetizar madeira, metais, a água, os tecidos, cera, vidro e todos são condensadores das energias.
A água é dos corpos inertes o que mais facilmente é magnetizável e que se faz melhor transpositor da mesma energia, ou não fosse elemento fundamental da vida.
Este fluido é um excelente recurso de importância medicamentosa e que atua no perispírito indiretamente, contribuindo para restabelecer o corpo físico.
Livro "A Gênese", Capítulo Curas, item 31
Allan Kardec diz:
“- Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele. Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito.
Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.”
Livro "A Gênese", Capítulo XV – Milagres - Cego de nascença, item 25
Kardec diz: - “Quanto ao meio empregado para a sua cura, evidentemente aquela espécie de lama feita de saliva e terra nenhuma virtude podia encerrar, a não ser pela ação do fluido curativo de que fora impregnada. É assim que as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou, se quiserem, de reservatório.”
"Livro Dos Espíritos", Parte 1ª, Capítulo II
33. A mesma matéria elementar é suscetível de experimentar todas as modificações e de adquirir todas as propriedades?
“Sim e é isso o que se deve entender, quando dizemos que tudo está em tudo!”
“Este princípio explica o fenômeno conhecido de todos os magnetizadores e que consiste em dar-se, pela ação da vontade, a uma substância qualquer, à água, por exemplo, propriedades muito diversas: um gosto determinado e até as qualidades ativas de outras substâncias. Desde que não há mais de um elemento primitivo e que as propriedades dos diferentes corpos são apenas modificações desse elemento, o que se segue é que a mais inofensiva substância tem o mesmo princípio que a mais deletéria. Assim, a água, que se compõe de uma parte de oxigênio e de duas de hidrogênio, se torna corrosiva, duplicando-se a proporção do oxigênio. Transformação análoga, se pode produzir por meio de ação magnética dirigida pela vontade.”
Emmanuel, no Livro “Segue-me”, pág. 131, diz:
“- A água é passível de adquirir qualidades de natureza sutil ou “fluídica” à indução de uma vontade como agente. Água magnetizada ou fluidificada.
A água fluidificada tem como agente as propriedades que lhe quiseres investir e tem um poder medicamentoso que atua sobre o perispírito e indiretamente contribui para restabelecer o corpo carnal.”
Therezinha Oliveira, no Livro “Fluidos e Passes”, Capítulo 13, Água Fluidificada
“A água fluidificada ao ser ingerida (...) é metabolizada pelo organismo, que absorve as quintessências que vão atuar no perispírito, à semelhança do medicamento homeopático.
Todas estas afirmações reforçam, e não restam dúvidas, a importância que a água fluidificada tem. Esta dádiva é terapia para os desequilíbrios emocionais, debilitação orgânica, desgastes obsessivos ou lesões dos órgãos.
Nos Centros Espíritas, para fluidificar a água não se necessita da imposição de mãos, sendo a água um receptor generoso dos fluidos espirituais. A prece e um ambiente salutar fazem esse trabalho.
Em situações extras, que se queira imprimir uma determinada vontade para um tipo de enfermidade individual, deve-se fazê-lo de forma isolada e a água deve ser destinada somente ao próprio doente.
Aos demais casos, como tônico equilibrador, pode-se fazê-lo normalmente sem recorrer a essa situação.
Não são necessárias reuniões especiais para fluidificar a água.
Nos Centros Espíritas não vamos fazer da água fluidificada uma fonte tonificadora do vício ou da rotina, pois esta água destina-se a quem necessita ser ajudado, e os irmãos Espirituais, que orientam os trabalhos, dizem quem dela necessita, pois se assim não for estaremos a retirar a envolvência curativa que ela tem, porque o passe, ajuda todos os irmãos.
A água será o reforço para os mais carentes e não um bebedouro para saciar a sede, pois para isso tem o fluido natural da água simples.
Quanto aos vasilhames que pedem para fluidificar, o cuidado será de não retirar tarefeiros para essas incumbências, afim de não prejudicar seus trabalhos, a fazê-lo no mínimo alguém que se preste a fazer essa tarefa e que não interfira nos trabalhos.
Não podemos criar nos Centros as fontes salvadoras, porque todas irradiações apenas se fazem perdurar se nós fizermos de nossa parte...
A água fluidificada é bálsamo, tal como o passe e a prece são fontes de amor, e que temos de preservar com todo respeito que ela nos merece. Por isso, toda uma estrutura necessita sempre de alicerces fortes e eles estão na disciplina e bom senso.
Nunca esqueçamos de agradecer esta sublime dádiva.